Primeira experiência profissional

Primeira experiência profissional

 A minha primeira experiencia profissional começou cedo tinha catorze anos e fui trabalhar para um cabeleireiro chamado “Antoninos”, no Marques de Pombal, era um grande cabeleireiro mas há moda antiga era gerido por uma pessoa com alguma idade, estive lá pouco tempo porque eu era muito nova e não aceitava certas regras que me eram impostas, regras essas que hoje respeito e serviram de base para os meus empregos seguintes, o cabeleireiro funcionava num regime quase militar, nós, as aprendizes, não podíamos tratar as cabeleireiras por tu, tinha de haver uma grande distância entre nós, lembro-me que havia oito calhas de lavagens de cabeças e cada aprendiz tinha de estar posicionada por traz de cada calha e não podíamos falar umas com as outras, se por acaso ficássemos ao lado uma da outra vinha de lá a chefe que usava uma frase que até hoje não esqueço “ dispersar meninas….dispersar”. Em termos profissionais foi onde tive as primeiras noções da profissão, comecei por aprender a lavar cabeças, aprendi também a ter de lidar com muitas colegas cada uma com a sua maneira de ser, com umas identificava-me mais do que com outras mas tinha de fazer um esforço para não deixar transparecer isso à cliente.

O meu segundo emprego foi também no mesmo ramo no Centro Comercial das Olaias, aí tudo funcionou melhor, quer a patroa, quer as colegas eram pessoas mais acessíveis e evoluídas, de aprendiz passei a ajudante e para além de lavar cabeças, já secava cabelos que a cabeleireira no final ia só pentear. Nesta fase fiz bastante formação a nível de produtos e técnicas a utilizar. Quando saí de lá já tinha bastante prática e procurei outro salão e fui para à Praça da Alegria, um cabeleireiro não muito grande mas simpático e agradável para trabalhar, a patroa investia bastante na minha formação, ia a reciclagens, a apresentações de novos produtos, estas apresentações eram realizadas em hotéis e era a forma de nós (colegas) nos relacionarmos de uma forma menos profissional era uma brincadeira estes dias, era também nestes dias que nos conhecíamos um pouco melhor porque falávamos de uma forma menos formal umas para as outras e passávamos tardes e as vezes noites muito bem passadas. E nessa altura senti-me preparada para passar para cabeleireira e foi num cabeleireiro bem pequeno onde me lancei, a nível profissional correu tudo bem mas emocionalmente não estava feliz era um cabeleireiro situado num bairro social, frequentado por pessoas muito conservadoras e esse tipo de trabalho não me fascinava.