Voluntariado

Voluntariado

 Fiz voluntariado num infantário na altura da colónia de férias fiquei na salas dos bebes e íamos para a praia com eles durante a manhã, quando chegávamos a praia púnhamos protector solar em todas as crianças, brincávamos um pouco na areia e depois íamos todos ao banho, chapinhavam um pouco na água e voltávamos para as tolhas, brincávamos ali mais um pouco e regressávamos ao infantário, almoçávamos e deitávamos os bebes, quando acordavam, lanchavam e estava na hora de regressar a casa.

 

Fui directora de uma colectividade “Grupo Desportivo Os Jovens”e estava ligada a organização de festas, nessa colectividade havia uma hierarquia: Presidente, Vice-Presidente, 1º Secretário, 2º Secretário, 1º Vogal e 2º Vogal. Mensalmente fazíamos uma reunião de direcção que consistia em debater diversos assuntos, fazia-se uma votação entre directores e no final ficava tudo registado em acta. Como eu estava ligada à organização de festas, realizava bailes populares, noites de fado, algumas em parceria com a Junta de Freguesia de Santa Engrácia, noites de carnaval e a última do ano que era a festa de natal com lanche, palhaços, karaoke, e presentes para os filhos de associados menores de doze anos. No final do ano era realizada uma assembleia-geral, onde se fazia a apresentação de contas, relatórios de actividades e se debatiam outros assuntos do interesse dos associados, esta assembleia era dirigida pelo presidente da assembleia, o secretário e o relator. O principal objectivo desta colectividade é não deixar morrer o que os nossos familiares mais antigos construíram, que foi esta pequena colectividade, inicialmente construída em poucos metros quadrados onde existia um pequeno bar gerido por membros da direcção com meia dúzia de mesas e cadeiras, este local era frequentado pelos jovens daquele bairro pois naquela altura havia poucos locais onde se pudessem reunir quando regressavam dos seus empregos, a maior dificuldade por que passamos é o dinheiro, sobrevivemos com as receitas das cotas que são muito baixas e neste momento temos apenas duzentos e poucos sócios e com o aluguer do bar. As colectividades estão a cair em desuso devido ao poder de compra e às ofertas que temos, estas, devido as dificuldades económicas não podem evoluir nem dispor de muitas ofertas para os associados. Temos algumas ajudas da Junta de Freguesia, e é assim que conseguimos fazer algumas obras de ampliação e melhoramento do espaço. Envolvi-me nesta colectividade por ser familiar, no ano em que fui directora tinha o meu pai como presidente o meu sogro tesoureiro, o meu marido, outros familiares, e amigos de infância como directores. De dois em dois anos são formadas listas e aprovadas em assembleia-geral. Tudo o que fazemos enquanto directores é voluntário, não auferimos qualquer rendimento, por isso mesmo não há muita gente que queira ter um papel activo neste tipo de colectividades, a população em geral gosta de frequentar o espaço e usufruir de regalias e muitas vezes exige demais não reconhecendo o nosso papel enquanto directores, pois para alem de termos de ser activos na colectividade também temos a nossa família e os nossos empregos, e há que reconhecer não só aqui nesta colectividade mas sim em todo o trabalho voluntario o esforço de cada um. Ouço muita vez dizer: “não tenho tempo para me voluntariar” ou “já tenho tanto que fazer”, também acredito, mas é uma questão de prioridades e não critico quem o faça mas há quem prefira desperdiçar tempo da sua vida deitado no sofá (também faz falta) do que fazer alguma coisa de útil por si e pelos outros, porque ao ajudar os outros estamos também a ajudar-nos a nós próprios, pois certamente haverá um dia que não vamos poder fazer e vamos precisar da ajuda de alguém para não falar que a ajudar estamos a aprender, e que grande parte do tempo que despendemos para os outros tiramos sempre algum proveito.

 

Eu, em conjunto com o meu marido fomos um ano administradores do prédio onde vivemos, era um prédio de três andares, não tinha elevador, por tal não dava muito trabalho ser administrador, o que fazíamos era receber mensalmente dos condóminos o valor do condomínio, passava o respectivo recibo, esse dinheiro era depositado, ficando sempre algum em caixa para pequenas despesas, como pagar a empregada da limpeza. Tínhamos de ter o cuidado de ir todos os dias ao correio ver se havia alguma coisa para pagar e arquivar todos os documentos recebidos numa pasta própria para o efeito. No final do ano afixávamos no placar existente no hall de entrada para que fosse visto por todos os condóminos um edital a marcar a data e hora da reunião e onde estava também a ordem de trabalhos que eram: apresentação de contas, eleição de novo administrador e outros assuntos. No dia da reunião era distribuído por todos um balancete que era analisado e explicado por nós administradores, no final ficava tudo registado em acta e esta era assinada por todos os condóminos presentes.